24 de dez. de 2008

Celebramos ao Cristo de Deus, nosso Redentor


Durante um bom tempo eu comemorava o natal com um vazio em meu coração. Dizia que era uma data meramente comercial e muitas vezes defendia que era uma comemoração pagã. Combati radicalmente aqueles que comemoravam o natal de uma forma religiosa dizendo que devíamos celebrar a morte e não o nascimento de Cristo (fazei isso em memória de mim - Lc 22:19).


Até que um dia ouvi um pastor dizer: leia o que a bíblia diz a respeito do nascimento de Jesus. Abri a bíblia nos relatos sobre o nascimento do salvador e me deparei com a história mais espetacular que alguém pode imaginar.


Ainda há muitas pessoas, pregadores, instituições religiosas que pregam que não se deve celebrar o natal pelos mesmos motivos que eu não comemorava e alguns outros, mas quando li os relatos na bíblia sobre o nascimento de Jesus fiquei surpreso em perceber algumas coisas que vou compartilhar aqui:


O nascimento de Jesus foi celebrado pela elite da época, representado no texto pelos Reis magos que levaram para o menino presentes como: ouro, incenso e mirra, presentes caros na época que não era qualquer um que teria isso para dar. Este relato encontramos em Mateus 2:1-12.


O nascimento foi celebrado também pelos astros, representado aqui pela estrela, a mesma estrela que guiou os Reis magos até a manjedoura, relatado em Mateus 2:2.


O nascimento também foi celebrado pelo povo, representado aqui pelos pastores, pelas regiões espirituais representado pelos anjos, celebrado pelos velhos, com o cântico de Simeão e isto está relatado em todo o capítulo 2 de Lucas.


Não me importa mais se vão dizer que o natal é uma festa pagã cristianizada, se é apenas comercial representada pelo papai noel, para mim está mais do que claro o valor em se comemorar com cânticos e harmonia entre todos. Não me importa que digam do natal, o importante é sabermos que, nesta data, o mundo todo celebra o nascimento de Jesus, o mundo todo ouve falar de Jesus, isto é que importa, não importa a forma, mas sim que a mensagem do nascimento do salvador do mundo chegue ao máximo de pessoas possível.


Em um outro texto, publicado aqui mesmo neste blog, mostro a minha indignação sobre a celebração do natal, mas quero deixar claro, minha indignação é com a hipocrisia dos homens. Não quero parecer contraditório, quero apenas mostrar aos homens que há como ser cristão, sem ser hipócrita. Amando uns aos outros, respeitando a natureza, que é criação de Deus, e nos educando para a cidadania.



Deus abençoe a todos nesse natal, que Jesus esteja bem representado em cada casa, em cada lar, com amor, com fraternidade e com esperança por um mundo melhor.

Feliz Natal


João Marçal

Bacharel em Teologia



Soli Deo Gloria

23 de dez. de 2008

Um cultura de imposições religiosas

Em nome de Deus - o da bíblia -, milhões de pessoas mataram e morreram. A bíblia - da qual pinga sangue, como diz um amigo meu - e fatos mais recentes de nossa história deixam claro que o nome de Deus é utilizado como pretexto para genocídios, verdadeiras carnificinas, atentados e muito mais.
A religião vem sendo utilizada como principal arma de guerra, mascarando diversos interesses políticos e econômicos. Como exemplo, posso citar o lamentável atentado às torres gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de Setembro de 2001, onde três mil pessoas morreram, cinco pessoas foram condenadas e várias corporações expandiram seu capital de maneira descomunal.
Do lado de cá, ouvimos falar constantemente das tais “Guerras Santas” - conhecida por alguns como “Jihad” - que acontecem no oriente médio. Eles lutam por ideais religiosos, que estão bem acima do Deus que adoram. Muitos deles sequer conhecem esse Deus, mas matam e morrem por Ele diariamente. A história os condicionou a seguirem esses passos sem sequer questionar as motivações.
No Brasil, por ser um Estado Laico - o que denota indiscriminação religiosa -, os cidadãos podem escolher a religião que querem seguir. Ou então, seguir sem nenhuma delas. Independente de sua escolha, você poderá viver em uma sociedade sob leis éticas e morais igualitárias (até que nos provem o contrário).
A despeito disso, um projeto de lei do Deputado Estadual do Paraná, Mauro Moraes, visa implantar um programa intitulado “Minha primeira bíblia” nas escolas públicas estaduais. A justificativa do projeto é: “através da fé, amenizar os problemas sociais que vem sendo enfrentado por todos nós. Independentemente de credo, só o fato de se possuir uma religião, contribui para afastar, principalmente os jovens, dos males que os rondam.”
Dependendo da interpretação do texto, temos aí um projeto que ruma a contra-mão dos princípios estipulados pela lei nº 9.475, de 22.7.1997, que diz não ser permitido favorecer uma única crença no ensino religioso das escolas públicas do ensino fundamental.
A não ser que distribuam junto à Bíblia Cristã, uma cópia do Alcorão, uma cópia do Torá e alguns dos livros do Allan Kardec, estaremos fadados às imposições religiosas em plena era digital; da informação de fácil acesso. Imposições são feitas em uma sociedade dominada pelo ditatorialismo, não em república democrática como a que almejamos ser.
Visando um maior esclarecimento sobre o assunto, enviei um e-mail para o Deputado (e o mesmo pode ser feito por você, clicando aqui). Mesmo não fazendo parte do corpo de eleitores de seu estado, espero que ele dê atenção às minhas dúvidas.

Extraído do site: http://capitulo2.wordpress.com/2008/07/20/uma-cultura-de-imposicoes-religiosas/

João H. R. Marçal
Bacharel em Teologia


Soli Deo Gloria

18 de dez. de 2008

Tese de Mestrado na USP

TESE DE MESTRADO NA USP por um PSICÓLOGO

'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário deR$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:
'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e nãocomo um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão',diz.No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outraclasse, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixopegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca aprecieio sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, eclaro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tembarata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei peloandar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passeiem frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.
*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!
Respeito: passe adiante!
Obs. recebi este texto por e-mail e achei interessante publicar.
João Marçal
Bacharel em Teologia

Soli Deo gloria

17 de dez. de 2008

O QUE HÁ PARA COMEMORAR?


Todos os finais de ano a mesma coisa, a mesma ladainha, isso me cansa. O que há para comemorar quando o mundo está em guerra, quando milhões morrem de fome, crianças desnutridas mulheres estupradas e tantas outras atrocidades. Que orgulha medíocre ser um cristão em nossas épocas. O que fazemos, fazemos para nós mesmos, não há o que comemorar. Não há preocupação com o próximo, não há amor, o amor que Jesus ensinou. O que as igrejas têm feito em prol do próximo, ela pensa apenas nela mesmo, nada mais. Se você faz parte de uma é mais um grupinho fechado, que pensa em si. Quando é que vamos aprender a amar o próximo, como Cristo ensinou na parábola, tão citada na igreja, do Bom Samaritano? Nunca chegaremos aos pés daquele bom samaritano. Cite pra mim pessoas que fazem isso? Madre Tereza, Gandhi, São Francisco de Assim? Quem mais? São tão poucos os bons exemplos que nos são dados. Choramos ao ver o que acontece ao redor do nosso mundo, mas damos graças a Deus por não ser conosco. Choramos pelo que acontece com as crianças na África, mas oramos pelo nosso bem estar. O que há para comemorar. Envergonho-me por ser um cristão medíocre que não tem feito nada pelo próximo. Jesus se envergonharia nos dias de hoje por existirem igrejas que não dão a mínima. O que posso dizer mais? O que posso fazer mais? É tão fácil chegar em minha casa, ter comida, roupa lavada, uma boa cama para dormir.... Mas enquanto isso muitos comem lixo, muitos dormem no chão, muitos cheiram tão mal que não há como chegar perto deles, e são para esses que Jesus veio, são esses que serão acolhidos por Deus no último dia. Passou da hora de repensarmos nossa vida...mas enquanto isso... lembrem-se, semana que vem é natal, sua mesa estará farta, boa comida, boa bebida, bons presentes para todos...hipócritas...

João Marçal
Bacharel em Teologia




SOLI DEO GLORIA

12 de dez. de 2008

PARA QUE SERVE A IGREJA?

Jesus disse que quem cuidasse dos necessitados, dele estaria cuidando. Ninguém precisa ir à Igreja (Templo-Culto) para ver Deus, pois Deus é visto na expressão do olhar dos mais carentes. Ninguém precisa praticar a Religião para servir a Deus, porque serve a Deus que atende as necessidades à sua frente.

Vamos ao encontro dos irmãos como Igreja para servirmos uns aos outros em nossas necessidades e juntos servirmos a todos quanto pudermos através de nossas ações. Por isso, em nossa igreja, entendemos que ministério é ação conjunta e organizada na direção de suprir necessidades.

©2008 Alexandre Robles

Para saber mais sobre o autor acesse: http://www.alexandrerobles.com.br

9 de dez. de 2008

Filme, À espera de um milagre


Tom Hanks interpreta um guarda penitenciário nesse sensível filme de Frank Darabont (Um Sonho de Liberdade). Com Michael Clarke Duncan, James Cromwell e Gary Sinise. Recebeu 4 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante.

Sinopse: Ambientado em 1935, no corredor da morte de uma prisão sulista, À espera de um milagre é a história entre o chefe de guarda da prisão (Tom Hanks) com um de seus prisioneiros (Michael Clarke Duncan). Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.

Dica de livro para a semana...

Um encontro fortuito com uma reprodução da pintura A volta do filho pródigo, de Rembrandt, projetou Henri Nouwen numa longa aventura espiritual. Aqui ele relata a reflexão muito pessoal e vibrante que o levou a descobrir o lugar no qual Deus escolheu fazer sua morada.
Henri Nouwen examina os diversos movimentos da parábola: a volta do filho mais jovem, o restabelecimento da filiação, o espírito vindicativo do filho mais velho e a misericórdia do pai. Meditando sobre Rembrandt em sua própria caminhada, o autor invoca o drama vigoroso da parábola de maneira rica e fascinante, que certamente ressoará nos corações dos leitores. Os temas volta para casa, afirmação e reconciliação serão redescobertos por todos aqueles que experimentaram solidão, melancolia, ciúmes ou raiva. O desafio de amar como o pai e ser amado como o filho será mostrado como a revelação final da parábola, conhecida pelos cristãos ao logo dos tempos e aqui descrita com um vigor e força novos para os dias de hoje.


A homossexualidade no Ocidente: uma perspectiva histórica
Alderi Souza de Matos

A homossexualidade é um fenômeno muito antigo, do qual há evidências tanto na arte pré-histórica quanto na pictografia e nos hieróglifos de culturas da antigüidade. A antropologia tem demonstrado a ocorrência desse fenômeno entre muitos povos e culturas do passado e do presente. No entanto, a atitude das diferentes sociedades quanto ao comportamento homossexual não tem sido uniforme, indo desde a tolerância e aceitação até a penalização e a tentativa de supressão.Os antigos hebreus, egípcios e assírios tinham leis contra as práticas homossexuais. A partir do sexto século a.C., aumentaram as referências à homossexualidade na arte e na literatura da Grécia — na poesia de Safo e Anacreon, na prosa de Platão e nas peças de Ésquilo. Isso não significa que os gregos antigos aceitavam pacificamente tal conduta. Aristóteles, Heródoto, Aristófanes e muitos filósofos cínicos e estóicos posteriores expressaram a sua desaprovação moral de tais práticas. A existência da homossexualidade na antiga sociedade romana é atestada nos escritos de Suetônio, nas sátiras de Juvenal e na poesia de Catulo e Marcial. Como na Grécia antiga, a visibilidade desse comportamento não significava que ele era amplamente aceito pela sociedade. As referências bíblicas às práticas homossexuais são pouco numerosas, mas bastante enfáticas. O Antigo Testamento condena a sodomia como algo típico da mentalidade pagã e prescreve punições severas (Lv 18.22; 20.13). No Novo Testamento, os escritos paulinos denunciam o comportamento homossexual masculino e feminino como um estilo de vida conflitante com os valores da fé cristã (Rm 1.26,27; 1 Co 6.9,10; 1 Tm 1.9,10). Todavia, só tardiamente surgiu a noção de que as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas por causa de práticas homossexuais (Gênesis 19). Seu pecado é descrito de outro modo em Ezequiel 16.49,50. A nova interpretação surgiu nos pseudepígrafos, em Filo e em Josefo, e se refletiu no Novo Testamento (Judas 6,7). Teria contribuído para isso a forte hostilidade contra a cultura grega por parte dos judeus ortodoxos daquela época. As atitudes dos cristãos em relação a esse assunto foram influenciadas tanto pelas afirmações bíblicas quanto pela lei romana. No Império Romano, o homossexualismo aparentemente era punível sob a obscura “lex Scantinia” (c. 226 a.C.), mas o interesse jurídico pela matéria data do terceiro século da era cristã. Nos séculos seguintes surgiram novas leis voltadas para essa questão. Um edito de Teodósio, Arcádio e Valentiniano (ano 390) prescrevia a morte na fogueira para os sodomitas. O imperador Justiniano publicou duas novelas contra o homossexualismo em 538 e 544, que são importantes porque pela primeira vez se invocou o episódio de Sodoma e Gomorra e porque o seu objetivo não era tanto punir como levar os ofensores ao arrependimento. As penalidades legais eram reservadas somente para os mais obstinados.Alusões esparsas na literatura e nos cânones cristãos mostram que a igreja antiga considerava o homossexualismo masculino altamente pecaminoso, mas não como algo merecedor de castigo exemplar. As penalidades variavam de uma penitência de 9 anos à excomunhão perpétua. Considerações políticas podem explicar algumas das prescrições mais severas da Espanha visigótica do século sétimo. Os escritos penitenciais apresentam um tratamento abrangente do pecado homossexual. Eles reconhecem as práticas femininas, distinguem entre diferentes atos e tentam adaptar as penitências à suposta gravidade da ofensa. Em geral, a Idade Média considerava a homossexualidade merecedora da atenção da igreja, que impunha penalidades espirituais, mas raramente entregava os ofensores às autoridades civis. Existe pouca reflexão sobre a moralidade do homossexualismo até a discussão dos “pecados contra a natureza” feita por Tomás de Aquino na “Suma Teológica” (1265-1273).Entre os anos 1000 e 1500, à medida que se intensificou a urbanização da Europa, aumentaram as evidências de atividade homossexual. Mais ou menos a partir da segunda metade do século 12 surgiu uma hostilidade mais intensa contra esse tipo de conduta, tanto na literatura popular quanto em escritos teológicos e jurídicos. Alguns estudiosos têm interpretado esse fato no contexto de manifestações mais amplas de intolerância contra certos grupos, como foi o caso das Cruzadas, do anti-semitismo e da Inquisição. Com o advento do Renascimento e mais tarde do Iluminismo, caracterizados pelo espírito de contestação dos valores tradicionais e de defesa da liberdade individual, a homossexualidade masculina adquiriu nova visibilidade e relativa aceitação. No entanto, as situações podiam variar grandemente de um país para outro. No século 19, enquanto na França havia tolerância sob o Código de Napoleão, o oposto ocorria na Inglaterra, onde as leis nessa área eram extremamente rigorosas.O século 20 constituiu um dramático ponto de transição nessa história turbulenta. Nunca antes tantos homossexuais haviam alcançado tamanho destaque na literatura, nas artes, na política e em outras esferas. Ao mesmo tempo, regimes ditatoriais através da Europa perseguiram duramente os membros desse grupo, como aconteceu na Alemanha nazista e nos países comunistas do Leste Europeu. Esses e outros fatores chamaram a atenção da opinião pública para os integrantes desse segmento e despertaram crescente simpatia em relação a eles. Por fim, o surgimento de um movimento homossexual organizado e militante nos anos 70 forçou a sociedade e as igrejas a se posicionarem de uma vez por todas quanto a essa questão, o que tem acontecido de modo intensamente conflitivo nas últimas décadas.

Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Extraído da HP da revista Ultimado
http://www.ultimato.com.br/

1 de dez. de 2008

Dica de livro, este eu recomendo


um livro de brian mclaren, é a dica da semana, ricardo gondin é quem escreve o prefácio à edição brasileira, trascrevo aqui parte do que ele diz: uma ortodoxia genoerosa pretende ajudar a quem procurar por uma espiritualidade genuína sem descartar suas tradições cristãs. brian maclaren não é corporativista; ele não poupa critícas às instituições e modelos institucionais, que envergonharam a Deus no passado e continuam produzindo vexames em nome da fé. este livro é muito bem vindo..., pois temos um caminho para percorrer até que sejamos sal da terra e luz do mundo. ao terminá-lo, tenho certeza de que suas dúvidas não serão totalmente esclarecidas, mas certamente você será uma pessoa melhor.
ricardo gondim