
Por: João H. R. Marçal
Ainda muito me indigna ler estudos bíblicos e artigos bíblicos ou teológicos a respeito de dízimos e ofertas. Eu havia prometido não falar mais sobre o assunto, mas a indignação é tanta que não tem como eu me calar.
Quero deixar claro, em primeiro lugar, que eu não sou contra o dízimo, e sim, contra as formas que a igreja usa para pedir dinheiro e, em muitos casos, coagindo, inibindo ou até mesmo ameaçando as pessoas a darem dízimos e/ou ofertas, pegando textos isolados da Bíblia e usando-os conforme bem entender, ouvi falar de igrejas que o membro, se não for dizimista ele não tem o direito de tomar a ceia.
O texto que alguns líderes mais gostam de usar é Malaquias 3:8 – "roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas". Pois bem, vamos analisar este versículo e ver quem estava roubando a Deus.
A primeira coisa que precisamos observar é: com quem Deus estava falando através do profeta Malaquias? O livro de Malaquias é uma exortação, então, quem estava sendo exortado por Deus nesta ocasião: vs. 1: "sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel (grifo meu), por intermédio de Malaquias". Muitas pregações ouvi, dizendo que não devemos “judaizar” o cristianismo, ou seja, trazer para o cristianismo ritos judaicos, como guardar o sábado, por exemplo ou proibir o consumo de carne de porco. Esta sentença era para Israel, e não para a igreja de hoje, e isto tem que ficar bem claro, Deus tinha um motivo para dar a este povo a devida repreensão.
Nos vss. 6 e 7, ainda do cap. 1, diz:" O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou o senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes (grifo meu) que desprezais o meu nome. Vós dizeis: em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível."
Vemos aqui que o texto, ou a repreensão são para os sacerdotes, eles que não honravam a Deus e desprezavam a mesa do Senhor, este texto nos deixa isso muito claro. E não é diferente no texto de Ml 3:8, para quem Deus estava falando aquilo? Para os sacerdotes e também para os levitas. Como, por exemplo, vamos roubar nas ofertas se a oferta é algo voluntário? Como vou roubar algo que não sou “obrigado” a dar? Quem roubava nos dízimos e nas ofertas não era o povo que não dava e sim os sacerdotes e levitas que faziam mal uso desses dízimos e dessas ofertas que já haviam sido dadas pelo povo. É isto que tem que ficar bem claro para nós.
E nos vss. 1 e 2 do cap. 2 nos é dito o seguinte: "Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este o mandamento. Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração."
O problema não está no dízimo em si e muito menos ainda no pedir ofertas. A igreja precisa de dinheiro e este dinheiro precisa vir de algum lugar, mas as formas desenfreadas e estelionatárias que alguns líderes e instituições religiosas usam, para manter o seu luxo, pedem dinheiro ao povo. Unção da benção financeira, por exemplo, divulgado pela televisão recentemente, diz que para você ter esta unção tem que doar 900 reais, isto é totalmente antibiblico e um absurdo, é um ataque à inteligência de qualquer um. Mas, se por um lado temos líderes e pastores que usam a bíblia para buscar, de qualquer forma receber este dinheiro, por outro lado temos 1: pessoas que contribuem não somente por amor ao reino de Deus mas sim por interesses pessoais visando algo em troca, por exemplo, ser próspero na vida; e 2: pessoas com falta de discernimento que dão a eles o dinheiro tanto pedido.
Mateus 22:27 diz: "Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus."
A má compreensão do texto, a falta de um estudo mais aprofundado e o excesso de confiança nestes pastores, faz com que o povo se torne escravo do sistema religioso vigente. Há muitos outros textos usados para pedir dinheiro ao povo que são usados fora de contexto. O que tem que ficar claro para nós é que a Igreja precisa de dinheiro para suprir as suas despesas como: salário de pastores e funcionários, luz, água, material didático para estudos bíblicos, entre outras despesas, mas não para manter o luxo de alguns pregadores que têm espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
O dízimo, como já me disseram alguns de seus defensores, existe desde antes da lei, Abraão deu o dízimo, como diz em Gn 14:20: "E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo." Até aqui o dízimo não era lei então não era obrigatório, não existia um propósito divino, pois ainda não havia sido instituído por Deus. Mas quando o dízimo foi instituído por Deus havia ali um propósito. Temos que nos lembrar, o dízimo fora instituído para Israel, o povo que se encontrava peregrinando pelo deserto para sustendo dos Levitas, única tribo que não havia se contaminado no evento do bezerro de ouro. Nm 18:24:" Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terá."
No Antigo Testamento o dízimo é um mandamento aos filhos de Israel, isto é deixado muito bem esclarecido em Lv 27:34, exatamente sobre os dízimos: "são estes os mandamentos que o Senhor ordenou para os filhos de Israel, no monte Sinal."
Tiago nos adverte em relação à lei na sua Epístola e diz assim no cap. 2 vs. 10:"Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos."
Então para aqueles que dizem que dízimo é lei tome cuidado, pois você pode estar obedecendo somente esta.
Há muitos estudos favoráveis ao dízimo, alguns têm a petulância de dizer que quem não dá no dízimo é mesquinho, está pecando, Deus não vai abençoar nem repreender o devorador ou abrir as comportas do céu. Assim como há estudos que defendem a tese da não obrigatoriedade do dízimo, que a lei se anula em Jesus, e toda a lei, não apenas aquelas que convém. O grande problema está nesses pregadores de heresias que querem, de uma forma estelionatária coagir as pessoas a darem o dízimo para suas instituições religiosas. O que eu não vejo, e faz tempo que não vejo, são pastores, principalmente os “midiáticos” pregarem Mt. 6:33 que diz: "buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
Este texto de Mateus 6 que se inicia no vs 25 diz justamente isso, Jesus quer dizer o seguinte: vocês estão preocupados com tantas coisas, com o que haveis de se vestir, ou o que vão comer, mas preocupe-se apenas com uma, busquem a Deus, busquem o Seu reino, busquem a Sua justiça. Não se fala em dinheiro, não se fala em dar para ser abençoado, pelo contrário, fala-se em buscar a Deus e todas as outras coisas serão acrescentadas.
Somente se eu estiver muito errado ou louco pelo fato de ser o único que enxerga isto, se alguém puder, de uma forma bíblica me convencer o contrário, estou disposto a mudar, caso contrário faço das palavras de Lutero as minhas palavras.
A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.
Quero deixar claro, em primeiro lugar, que eu não sou contra o dízimo, e sim, contra as formas que a igreja usa para pedir dinheiro e, em muitos casos, coagindo, inibindo ou até mesmo ameaçando as pessoas a darem dízimos e/ou ofertas, pegando textos isolados da Bíblia e usando-os conforme bem entender, ouvi falar de igrejas que o membro, se não for dizimista ele não tem o direito de tomar a ceia.
O texto que alguns líderes mais gostam de usar é Malaquias 3:8 – "roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas". Pois bem, vamos analisar este versículo e ver quem estava roubando a Deus.
A primeira coisa que precisamos observar é: com quem Deus estava falando através do profeta Malaquias? O livro de Malaquias é uma exortação, então, quem estava sendo exortado por Deus nesta ocasião: vs. 1: "sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel (grifo meu), por intermédio de Malaquias". Muitas pregações ouvi, dizendo que não devemos “judaizar” o cristianismo, ou seja, trazer para o cristianismo ritos judaicos, como guardar o sábado, por exemplo ou proibir o consumo de carne de porco. Esta sentença era para Israel, e não para a igreja de hoje, e isto tem que ficar bem claro, Deus tinha um motivo para dar a este povo a devida repreensão.
Nos vss. 6 e 7, ainda do cap. 1, diz:" O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou o senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes (grifo meu) que desprezais o meu nome. Vós dizeis: em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível."
Vemos aqui que o texto, ou a repreensão são para os sacerdotes, eles que não honravam a Deus e desprezavam a mesa do Senhor, este texto nos deixa isso muito claro. E não é diferente no texto de Ml 3:8, para quem Deus estava falando aquilo? Para os sacerdotes e também para os levitas. Como, por exemplo, vamos roubar nas ofertas se a oferta é algo voluntário? Como vou roubar algo que não sou “obrigado” a dar? Quem roubava nos dízimos e nas ofertas não era o povo que não dava e sim os sacerdotes e levitas que faziam mal uso desses dízimos e dessas ofertas que já haviam sido dadas pelo povo. É isto que tem que ficar bem claro para nós.
E nos vss. 1 e 2 do cap. 2 nos é dito o seguinte: "Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este o mandamento. Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração."
O problema não está no dízimo em si e muito menos ainda no pedir ofertas. A igreja precisa de dinheiro e este dinheiro precisa vir de algum lugar, mas as formas desenfreadas e estelionatárias que alguns líderes e instituições religiosas usam, para manter o seu luxo, pedem dinheiro ao povo. Unção da benção financeira, por exemplo, divulgado pela televisão recentemente, diz que para você ter esta unção tem que doar 900 reais, isto é totalmente antibiblico e um absurdo, é um ataque à inteligência de qualquer um. Mas, se por um lado temos líderes e pastores que usam a bíblia para buscar, de qualquer forma receber este dinheiro, por outro lado temos 1: pessoas que contribuem não somente por amor ao reino de Deus mas sim por interesses pessoais visando algo em troca, por exemplo, ser próspero na vida; e 2: pessoas com falta de discernimento que dão a eles o dinheiro tanto pedido.
Mateus 22:27 diz: "Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus."
A má compreensão do texto, a falta de um estudo mais aprofundado e o excesso de confiança nestes pastores, faz com que o povo se torne escravo do sistema religioso vigente. Há muitos outros textos usados para pedir dinheiro ao povo que são usados fora de contexto. O que tem que ficar claro para nós é que a Igreja precisa de dinheiro para suprir as suas despesas como: salário de pastores e funcionários, luz, água, material didático para estudos bíblicos, entre outras despesas, mas não para manter o luxo de alguns pregadores que têm espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
O dízimo, como já me disseram alguns de seus defensores, existe desde antes da lei, Abraão deu o dízimo, como diz em Gn 14:20: "E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo." Até aqui o dízimo não era lei então não era obrigatório, não existia um propósito divino, pois ainda não havia sido instituído por Deus. Mas quando o dízimo foi instituído por Deus havia ali um propósito. Temos que nos lembrar, o dízimo fora instituído para Israel, o povo que se encontrava peregrinando pelo deserto para sustendo dos Levitas, única tribo que não havia se contaminado no evento do bezerro de ouro. Nm 18:24:" Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terá."
No Antigo Testamento o dízimo é um mandamento aos filhos de Israel, isto é deixado muito bem esclarecido em Lv 27:34, exatamente sobre os dízimos: "são estes os mandamentos que o Senhor ordenou para os filhos de Israel, no monte Sinal."
Tiago nos adverte em relação à lei na sua Epístola e diz assim no cap. 2 vs. 10:"Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos."
Então para aqueles que dizem que dízimo é lei tome cuidado, pois você pode estar obedecendo somente esta.
Há muitos estudos favoráveis ao dízimo, alguns têm a petulância de dizer que quem não dá no dízimo é mesquinho, está pecando, Deus não vai abençoar nem repreender o devorador ou abrir as comportas do céu. Assim como há estudos que defendem a tese da não obrigatoriedade do dízimo, que a lei se anula em Jesus, e toda a lei, não apenas aquelas que convém. O grande problema está nesses pregadores de heresias que querem, de uma forma estelionatária coagir as pessoas a darem o dízimo para suas instituições religiosas. O que eu não vejo, e faz tempo que não vejo, são pastores, principalmente os “midiáticos” pregarem Mt. 6:33 que diz: "buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
Este texto de Mateus 6 que se inicia no vs 25 diz justamente isso, Jesus quer dizer o seguinte: vocês estão preocupados com tantas coisas, com o que haveis de se vestir, ou o que vão comer, mas preocupe-se apenas com uma, busquem a Deus, busquem o Seu reino, busquem a Sua justiça. Não se fala em dinheiro, não se fala em dar para ser abençoado, pelo contrário, fala-se em buscar a Deus e todas as outras coisas serão acrescentadas.
Somente se eu estiver muito errado ou louco pelo fato de ser o único que enxerga isto, se alguém puder, de uma forma bíblica me convencer o contrário, estou disposto a mudar, caso contrário faço das palavras de Lutero as minhas palavras.
A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.
Martinho Lutero
Meu querido, que texto! Há tempos não vejo uma explicação tão clara e tão bíblica. Vejo o dízimo como bíblico, pois está lá em fatos históricos. Mas não o vejo como algo obrigatório ou como premissa para as bênçãos do Senhor. O dízimo é algo que parte de um coração temente, de alguém que se envolve no ministério e o quer abençoar.
ResponderExcluirTambém não suporto as "manipulações estelionatárias" hoje praticadas pela igreja. Interessante lembrar que o texto de Malaquias se refere aos Sacerdotes e Levitas ao fazerem mal uso do dinheiro ofertado na Casa do Senhor.
Quem terá peito para dizer a verdade? Quem ouvirá estas palavras?
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"