30 de ago. de 2009

A “igreja” aceita tudo, menos morrer e servir...

O ideal do Evangelho se faz acompanhar de vida, mensagem e finalidades segundo o Evangelho, e nunca segundo a aflição da “igreja” de não perder espaço e poder...

Na religião o que importa são os fins...
Os meios são relativos...
E qual é o fim?
Levar Jesus às pessoas?
Certamente não, mas sim levar as pessoas para a “igreja”...

Se dissessem à “igreja” que o mundo inteiro creu em Jesus, mas que ninguém quer mais saber de “igreja”, ainda assim a “igreja” não ficaria feliz, posto sua preocupação de fato não seja com Jesus, com o Evangelho
e com o povo, mas apenas com ela mesma...

O fim/finalidade da "igreja" é manter-se existente, não viva...

Por isto a “igreja” aceita tudo, menos morrer e servir...

Na realidade tudo tem apenas a ver com estratégia e espaço, ainda que haja pessoas bem intencionadas no processo...

Para que Jesus tenha algo a dizer à “igreja”, ela antes precisa levantar-se e dizer:
“Mestre! Decido dar metade dos meus bens aos pobres; e se nalguma coisa defraudei alguém, restituo quatro vezes mais!”
...

Então Jesus dirá à “igreja”:
“Hoje entrou salvação nesta casa!”

Antes disso Jesus nada tem a dizer àquilo que se auto-intitula Igreja sendo apenas “igreja”...

Se a “igreja” quer salvação precisa crer no Evangelho...

Do contrário, já se perdeu com o mundo...


Caio

20 de ago. de 2009

Francisco de Assis e João Wesley


“O mundo é o meu convento” “O mundo é a minha paróquia”.

*Rev. Edson Cortasio Sardinha

Introdução:

Os homens usam métodos. Deus usa homens (e mulheres) (T.L.O).

Francisco e Wesley foram pessoas tremendamente usadas por Deus.

Tiveram muitas coisas em comum apesar de viveram em países diferentes, em épocas diferentes e em culturas cristãs diferentes. (Francisco é da Idade Média. Wesley é do final da Idade Moderna). Mas para muitos, falar da semelhança entre Francisco de Assis e João Wesley é totalmente impossível. Não existe comparações. A não ser o primeiro nome: Giovani (italiano) e John (ingles). Ambos se chamavam João.

Contudo, desejo apresentar alguns pontos que demonstram uma linha de atuação comum entre esses dois homens de Deus: Francisco e Wesley foram homens “levantados por Deus, não para fundar uma nova seita, mas para transformar o mundo, pricipalmente a Igreja”. Foram homens que marcaram suas gerações. Foram instrumentos de Deus em suas situações históricas concretas. Foram homens usados por Deus. Homens que marcaram o nosso mundo e a história da Igreja. É impossível estudar a história eclesiástica sem fazer referência a estes dois homens.

Hoje Deus não tem mais Francisco, nem Wesley.

Quem deseja ser “instrumento da paz” de Cristo nos dias de hoje?

Com a história destes homens poderemos reler nossa própria história e adquirir coragem de Deus para viver, ser discípulos/as, fazer discípulos/as e transformar nosso cotidiano segundo a experiencia com o Senhor de Francisco e de Wesley.

Como protestantes e evangélicos brasileiros, temos preconceitos com o nome São Francisco de Assis. Associamos o nome a idolatria popular brasileira. Creio que precisaremos conhecer um pouco mais sobre esse santo homem de Deus e descobrir a riqueza de sua espiritualidade e exemplo de santidade.

Francisco de Assis nasceu com o nome deGiovanni Battista di Pietro Bernardone, na cidade de Assis, Itália, no Verão ou Outono - junho/dezembro de 1181 ou 1182 , e faleceu no dia 3 de Outubro de 1226. Foi leigo católico romano, fundador do Movimento de santidade e avivamento chamado de "Ordem dos Frades Menores". O movimento ficou conhecido posteriormente como Franciscanismo.

João Wesley nasceu em Epworth, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1703Londres, e faleceu no dia 2 de março de 1791. Foi clérigo anglicano e fundador do Movimento de Santidade e Avivamento chamado de movimento metodista. O movimento se transformou posteriormente em Igreja Metodista.

Francisco e os Franciscanos e Wesley e os Metodistas foram homens e movimentos dirigidos por Deus para transformar a Igreja e auxiliá-la a retornar ao seu amor original a Cristo.

Tanto Francisco quanto João Wesley nunca deixaram suas amadas igrejas. Foram críticos, denunciaram o pecado, viveram radicalmente para Cristo, mas não deixaram suas igrejas de origem. Francisco não deixou de ser católico, apesar dos grandes problemas que o catolicismo medieval estava enfrentando. Wesley não deixou de ser anglicano, apesar de todos os problemas internos da igreja anglicana. Ambos foram perseguidos, incompriendidos, mas avançaram na Visão de Deus para suas vidas e marcaram suas gerações.

Conhecendo um pouco Francisco de Assis

Existem algumas lendas (melhor legendas) relacionadas a Francisco. Mas sabemos que esse homem de Deus foi filho de Pietro Bernadone dei Moriconi e da nobre Pica Bourlemont. Nasceu numa família da burguesia emergente da cidade de Assis que, graças as atividades de comercio na França (Provenza), conquistou riqueza e bem estar.

Francisco foi batizado com o nome de Giovanni (em homenagem ao apóstolo João). Opai decidiu mais tarde trocar o seu nome para Francisco, em honra a França, a que ele atribui o sucesso de sua atividade comercial a qual lhe trouxe fortuna e também porque sua esposa era do Sul da França. Alguns acreditam que Francisco teve esse nome como apelido de infância, pois além de falar o italiano, falava também o francês que aprendeu com sua mãe. Francisco significa pequeno francês.

Em 1202 ocorreu a Guerra civil entre Perúsia e Assis. Os soldados de Assis foram vencidos em Collestrada. Francisco, com 20 anos, passou um ano preso em Perúsia. Foi Resgatado pelo pai. Estava muito doente.

Foi na Perúsia que Francisco teve seu primeiro encontro com a Bíblia: Um Novo Testamento traduzido por um “herege”, em sua língua vulgar. Francisco lê e entende. Sua doença durou até 1204. Deus já estava trabalhando em seu coração. Entre 1204 e 1205, Francisco parte novamente para a guerra da Apúlia, no sul. Em Espoleto Francisco recebe uma visão e mensagem de Deus e volta para Assis. Agora começava novamente sua conversão gradual.

Em 1205 Francisco recebe uma mensagem de Deus quando visitava sozinho a Igreja de São Damião, fora dos muros de Assis. JESUS lhe falou:Vai e restaura minha igreja que está em ruínas”.

Francisco deseja agora servir só a Deus e inicia um conflito com seu pai. Começou a pegar os bens da família e lançar aos pobres. Vendeu alguns tecidos para conseguir restaurar a Igreja de São Damião. Seria um refúgio para os pobres.

Em janeiro de 1206 é levado pelo pai perante o bispo Dom Guido II. Ali Francisco renuncia os bens, a herança do pai e o próprio sobrenome. Entrega tudo ao pai e sai nu. Nesse mesmo ano começa seu trabalho de evangelização e cuidado com os leprosos em Gúbio, perto de Assis.

Com roupas de eremita, começa a reparação da capela de São Damião. Conseguiu restaurar três igrejas: São Damião, São Pedro e Santa Maria dos Anjos ou Porciúncula.

No dia 24 de fevereiro de 1208 Francisco escuta o Evangelho da missa de São Matias, na Porciúncula, sobre a missão apostólica. Possivelmente a leitura de Mateus 10. Muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante e descalço. Inicia seu trabalho de pregação missionária.

Finalmente no dia 16 de Abril de 1209, funda com doze discípulos, a família dos doze irmãos menores, que viria a ser conhecida como a Ordem dos Frades Menores.

Francisco havia escrito breve Regra e vai a Roma com os seus discípulos. Obtém a aprovação do Papa Inocêncio III, só oralmente. Seria esta a primeira Regra que foi perdida. Na volta passam por Orte e se estabelecem em Rivotorto perto de Assis, num rancho abandonado.

O Grupo de Discipulado de Francisco cresceu com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Neste mesmo ano Francisco vai em missão para o Oriente. Durante sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano de 1219, Francisco se demite da direção da Ordem.

Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 discípulos em 1221, uma nova regra foi escrita por Francisco em 29 de novembro de 1223 que foi aprovada pelo papa Honório. É a que vigora até hoje.

Os últimos escritos de Francisco são entre 1225 e 1226, dentre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias e morre aos 03 de outubro de 1226, num sábado, com 45 anos.

A Missão de Francisco nunca foi reformar a Igreja de pedras, mas Reformar a Igreja de Cristo que estava em ruínas espirituais.A forma de condenar a corrupção do clero e o desprezo da sociedade pelos pobres foi, mesmo sendo rico, abandonar tudo e abraçar a pobreza como ideal de vida. Não via virtude na pobreza, mas desejou ser pobre como JESUS e viver uma vida de santidade, discipulado e pregação.

A Experiência de Wesley em sua geração.

522 anos depois de Francisco, nasceu João Wesley.

Wesley viveu na Inglaterra do século XVIII, numa sociedade trasnformada e doente pela Revolução Industrial, onde crescia em muito o número de desempregados. A Inglaterra estava cheia de mendigos itinerantes, políticos corruptos, vícios e violência generalizada. O cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando e necessitava de uma Reforma. A Igreja estava em ruínas semelhante a igreja da época de Francisco.

Ao invés de influenciar o mundo, o cristianismo estava sendo influenciado pela sociedade pagã. João Wesley não se conformava com esse estado paralisante da religião cristã. Foi o décimo terceiro filho do ministro anglicano Samuel e de Susana Wesley. Nasceu a 17 de junho de 1703, em Epworth na Inglaterra.

Como já descrevemos, o pai de Francisco era um rico comerciante, pouco preocupado com a religião, apesar de ser católico praticante. Sua mãe, dona Pica, foi a grande influência na Vida de Francisco.

João Wesley, por sua vez, foi neto e filho de pobres pastores anglicanos. Mas devido às atividades pastorais do seu pai, Reverendo Samuel, Wesley não teve a devida assistência paterna. Susana, sua mãe, assumiu a administração financeira da família e a educação dos filhos e filhas. Disciplinava com rigidez os filhos, mantendo horário para cada atividade e reservando um tempo de encontro com cada filho para conversar, estudar e orar.

Tanto Francisco quanto Wesley tiveram como referência a influência cristã de suas mães. Mas Wesley teve, desde a infância, uma inclinação para a ação de Deus em sua vida.

Ainda na infância, João Wesley foi o último a ser salvo, de forma miraculosa, em um incêndio que destruiu toda sua casa, onde estivera preso no segundo andar. A partir desse dia, Susana, sua mãe, dedicou-lhe atenção especial, pois entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo muito especial.

Aos cinco anos de idade, Susana Wesley começou a alfabetizar João, usando o livro dos Salmos como apostila. João estudou com sua mãe até os 11 anos. Entrou, então, para uma escola pública, onde ficou como aluno interno por seis anos. Aos 17 anos, foi para a Universidade de Oxford.

Em Oxford onde começa a se reunir com um grupo de estudantes para meditação bíblica e oração, sendo conhecidos pelos colegas universitários de "Clube Santo",

Wesley não inventou o nome Metodista. Os alunos de Oxford, notando que os membros do grupo tinham horário e método para tudo que faziam, os taxaram como “metodistas.

Neste grupo Wesley e seu irmão Carlos iniciaram um trabalho de visista e evangelismo nos presídios. Wesley passou então a se interessar mais pela questão social de seu país, ou seja, se voltou para a miséria que a Inglaterra vivia na época. Wesley graduou-se em Teologia, e ajudou seu pai na direção da Igreja Anglicana.

Com 32 anos, ouviu a necessidade de missionários na Virgínia, Nova Inglaterra. Foi aos EUA para "evangelizar os índios" sendo praticamente fracassado. Em sua viagem de retorno expressa sua frustração: "fui à América evangelizar os índios, mas quem me converterá?".

Durante uma tempestade na travessia do Oceano Atlântico, Wesley ficou impressionado com a espiritualidade de um grupo de morávios (grupo de cristãos pietistas que buscavam a conversão pessoal mediante o Espírito Santo) a bordo do navio. A fé que tinham diante do risco da morte (o medo de morrer acompanhava Wesley constantemente durante a sua juventude) predispôs Wesley à fé evangélica dos morávios. Retornou à Inglaterra em 1738.

Após 2 anos, volta desiludido com o trabalho realizado na Virgínia. Encontra-se, então, com Pedro Böhler, em Londres. Böhler era pastor moraviano (da Morávia, Alemanha) e com ele João Wesley se convence de que a fé é uma experiência total da vida humana.

Após esse encontro João Wesley procurou libertar-se da religião formalista e fria para viver, na prática, os ensinos de Jesus.

No dia 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, numa pequena reunião, ouvindo a leitura de um comentário escrito por Martinho Lutero, sobre a carta aos Romanos, João sente seu coração se aquecer. Experimenta grande confiança em Cristo e recebe a segurança de que Deus havia perdoado seus pecados.

Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou uma média de três sermões por dia; a maior parte ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca de 14.000 pessoas. Milhares saíram da miséria e da imoralidade. João Wesley e seu irmão Carlos deram a religião cristã um novo sentido de alegria e vida.

Francisco também em sua geração fez uma opção de pregar aos leprosos e evangelizar os pobres. Reconstruiu a Igreja de São Damião para acolher os excluídos da igreja de Assis. Wesley, por sua vez, como não havia muitas oportunidades na Igreja Anglicana, passou a pregar aos operários em praças, minas de carvão e salões.

Com relação ao discipulado, Francisco organizou o movimento em grupos pequenos de dois em dois. Sua primeira formação foi de 12 discípulos. Demorou um ano de reunir estes discípulos.

Wesley também, influenciado pelos moravianos, organizarou pequenas sociedades e classes dentro da Igreja da Inglaterra, liderados por leigos, com os objetivos de compartilhar, estudar a Bíblia, orar e pregar. Essas classes cresceram aos milhares.

Apaixonado por Cristo, Wesley andava por toda a parte a cavalo pregando o Evangelho do Senhor Jesus. Calcula-se que, em 50 anos, Wesley tenha percorrido 175 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma média de 800 sermões por ano.

Francisco pregou o Evangelho do Senhor por vários países da Europa e fez missões entre os mulçumanos e cristãos que estavam nas Cruzadas para retomar Jerusalém. Levou a paz de Cristo numa terra sem paz. Saiu decepcionado com os cristãos e foi acolhido pelos mulçumanos. Eles viram nas atitudes e simplicidade deFrancisco, a pessoa de Cristo.

Franciscanos e Wesleyanos:

Movimetos de Santidade

  • Francisco não gostava da nomeclatura “Franciscano”. Preferia o nome “Imãos Menores”. Wesley também não adotou o nome de Wesleyano para o seu movimento. Com relação ao nome metodista chegou a dizer: “Eu ficaria contente se o próprio nome metodista não voltasse a ser mencionado jamais e fosse sepultado em eterno esquecimento”.
  • Francisco renunciou a liderança de sua própria Ordem. Wesley também disse: “Pouca é a minha ambição de ser o cabeça de uma nova seita ou partido”.
  • Francisco viveu a conversão na prática. Lutou para poder viver o Evangelho no cotidiano e praticar literalmente o Evangelho do Senhor Jesus. Wesley também ensinava que a conversão a Jesus é comprovada pela prática, e não pelas emoções do momento.
  • Francisco reuniu 12 discípulos e deu início ao seu movimento de Reforma. Valorizou os pregadores leigos. O movimento franciscano ficou organizado em: 1) Irmãos Menores (Primeira Ordem) que saiam pelo mundo de dois a dois pregando o Evangelho (maioria leigos); 2) Ordem das Clarissas (Segunda Ordem). Liderada por Clara que ficou num convento em São Damião e iniciou um movimento de oração e intercessão pelos Menores e pela Reforma e Santidade da Igreja,e a 3) Ordem Secular (Terceira Ordem) foi formada por irmãos e irmãs que viviam o Evangelho de Jesus no cotidiano secular e sustentava a missão dos Menores pelo mundo. Francisco, como leigo, pregava para multidões e exortava a conversão na prática valorizando o trabalho leigo. Wesley também valorizou os pregadores leigos que participavam lado a lado com os clérigos da Missão de evangelização, assistência e capacitação de outras pessoas.
  • Francisco ressaltava a importãncia da relação pessoal com o Cristo. Questionado sobre o conhecimento teológico, ele disse, perto de sua morte: “Não preciso conhecer mais nada. Já descobrir que meu pobre Jesus Cristo morreu na Cruz”. Wesley também afirmava que o centro da vida cristã está na relação pessoal com Jesus Cristo. “É Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a vida abundante de comunhão com Deus”.
  • Francisco foi convidado a viver como monge. Alguns padres e bispos acharam que a vontade de Deus para Francisco fosse a vida contemplativa isolada do mundo, num mosteiro. Clara só ficou isolada no convento por causa das exigencias sociais e preconceitos da época. Francisco queria viver o Evangelho com o próximo, na vida, nas ruas, junto dos necessecitados e emprobrecidos. Wesley também reconheceu a necessidade de se viver o Evangelho comunitariamente no mundo. João Wesley afirmou com relação a vida contemplativa e isolada que "tornar o Evangelho em religião solitária é, na verdade, destruí-lo".
  • Francisco se preocupou com os leprosos e pobres. Não apenas investia em suas vidas espirituais, mas cuidava dos enfermos e recolhia comida para os pobres. Wesley também se peocupou com o ser humano total. Para Wesley, os seguidores de Cristo devem cuidar do próximo integralmente, principalmente dos necessitados e marginalizados sociais.
  • Francisco foi ao Papa solicitar a autorização para viver o Evangelho e pregar o Evangelho. Não desejava ser rico. Desejava apenas poder comunicar o Evangelho ao próximo, pricipalmente os excluídos da igreja. Wesley também enfatizou a paixão pela evangelização. Dizia: “Desejamos e devemos trabalhar com paixão, perseverança e alegria para que o amor e a misericórdia de Deus alcancem homens e mulheres em todos os lugares e épocas”.
  • Francisco não rompeu com sua igreja. Até porque isso poderia lhe levar a morte como herege. Mas também porque tinha um grande amor pela igreja. Não desejou destruí-la, mas transformá-la. O movimento Franciscano primário foi um movimento de Santidade e renovação dentro da Igreja medieval. Weley também não deixou sua amada igreja Anglina. Morreu anglicano. Não sonhava em fundar uma nova seita (denominação cristã). Seu sonho era transformar a igreja através da vida em santidade.
  • Francisco conhecia, que em Cristo, ele tinha poder de Deus para ser testemunha e instrumento para a transformação dos homens. A experiência com Deus tirava todo o medo. Francisco dizia: “O que você tem a temer? Nada. Quem você precisa temer? Ninguém. Por quê? Porque aqueles que se unem a Deus obtêm três grandes privilégios: onipotência sem poder, embriaguez sem vinho e vida sem morte." Francisco cria que a verdadeira vida Cristã está na mudança de vida e no relacionamento com o próximo. Palavras somente não convenciam Francisco. Ele dizia: "Já foi o tempo em que acreditei em palavras." Wesley também pregava a necessidade de uma experiência pessoal com Deus. Sua experiência pessoal com Deus poderia ser intrumento para atrair novas vidas a Cristo. Ele dizia: "Eu me coloco em chamas, e o povo vem para me ver queimar."
  • Francisco abalou o mundo de sua época e até hoje seu testemunho é uma influência positiva nas vidas dos cristãos. Foi considerado a maior personalidade do segundo milênio, segundo uma pesquisa da Time. Wesley também é considerado por diversas igrejas cristãs, como um ícone que restaurou a necessidade da experiência de santidade e a evangelização intergal. Wesley conhecia o poder de Deus que pode transforamr o mundo através do testemunho. Wesley dizia: "Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo."
  • Francisco não aceitou ficar preso a um convento. Ele disse: “O mundo é o meu convento”. Wesley também não aceitou ficar preso a uma paróquia. Após ser impedido de pregar na igreja de seu pai, Wesley disse: "o mundo é a minha paróquia".
  • Para Francisco Deus era seu tudo: "Meu Deus é meu tudo." Todoas as pessoas e toda a criação de Deus precisam ser amadas e respeitadas: Francisco dizia: "Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem. Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida."Na obra de Deus e na relação com o próximo, Francisco dizia: "Comece por fazer o que é necessário, depois o que é possível e, de repente, estará a fazer o impossível." "Devemos aceitar com serenidade as coisas que não podemos modificar, ter coragem para modificar as que podemos e sabedoria para perceber a diferença.” Wesley também via como obrigação espiritual e moral estender a mão para o próximo que sofre e carece do nosso auxílio. Wesley dizia: "Faça todo o bem que puder, de todas as formas, a todas as pessoas, enquanto for possível."

Conclusão:

Tanto Francisco quanto Wesley foram instrumentos de Deus para a sua geração. Desejamos ser instrumentos de Deus para a nossa geração?

Como metodistas, devemos ver e aprender com a caminhada de cristãos e cristãs da história da Igreja. Aprender com Wesley e aprender com outros irmãos e irmãs que viveram e testemunharam a santidade bíblica. O próprio Wesley valorizava a tradição cristã e o testemunho deixado por discípulos e discípulas na história da igreja.

Podemos hoje ler a história da igreja sem preconceitos e sem medo. Não importa se o/a discípulo/a de Deus foi ortodoxo, católico, protestante ou pentecostal. Importa como ele foi aos olhos de Deus. Como dizia Francisco:"Um ser humano vale o que ele é aos olhos de Deus e nada mais."

Com amor. Paz e Bem. Graça e Paz.

Irmão Edson.

Bibliografia usada e recomendada:

  • LEITE, Deodato Ferreira. Francisco Cantor da Paz e da Alegria. São Paulo: paulinas, 1964.
  • LELIÈVRE, Mateo. João Wesley. Sua vida e Obra. São Paulo: Vida, 1997.
  • LARRAÑAGA, Inácio. O Irmão de Assis. São Paulo: paulinas, 2007.
  • HEITZENRATER, Richard P. Wesley e o Povo Chamado Metodista. Rio de Janeiro: Pastoral Bennett, 1996.
  • SILVEIRA, Frei Ildefonso. Org. São Francisco de Assis. Escritos e biografias de São Francisco de Assis, Crônicas e outros Testemunhos do primeiro século franciscano. 9ª Edição. Petrópolis: Vozes, FFB, 2000.
  • BURTNER, Robert, CHILES, Robert. Coletânia da Teologia de João Wesley. Rio de Janeiro: Pastoral Bennett, Igreja Metodista, 1995.
  • ALVES, Mary Emmanuel. São Francisco de Assis. São Paulo: Paulinas, 2008.
  • JENNINGS, Daniel R. The Supernatural Occurrences of John Wesley, Oklahoma City: SEAN Multimedia, 2005.
Extraído do site: http://www.metodista.org.br/

16 de ago. de 2009

Uma Igreja que reflete o projeto de Deus

Efésios 4:11-16

Nesses versos de sua carta aos efésios o apóstolo Paulo deixa transparecer algumas características de igrejas que refletem o projeto de Deus. Vejamos:

A. Igrejas que refletem o projeto de Deus são Igrejas que envolvem uma variedade de dons. (v. 11 e 12a).
É verdade que Deus usa algumas pessoas para serem apóstolos, outras para serem profetas, outras para evangelistas, outras para pastores e mestres. Mas essas não são os únicos ministério na igreja. Existe uma variedade enorme de ministérios, consequencias dos dons que Deus nos dá.
Assim, uma igreja que reflete o projeto de Deus não fica girando em torno desse pastor famoso ou daquela pessoa super capacitada. Nenhum indivíduo é o centro das atenções da igreja.

B. Igrejas que refletem o projeto de Deus são igrejas centralizadas em Jesus (v. 12b).
"Para edificação do corpo de Cristo". Você não é a razão de ser da Igreja. O pastor não é a razão de ser da igreja. Jesus é essa razão. Pessoas que fazem parte não estão aqui para edificar nosso próprio reinado. Os dons e os ministérios não pertencem a você e não pertencem ao pastor. Tudo pertencem àquele que afirmou: "sem mim nada podeis fazer".

C. Igrejas que refletem oprojeto de Deus valorizam e pregam a sã doutrina (v. 14).
Não pregam ou ensinam suas próprias opiniões. No verso 14 o apóstolo Paulo exorta para que não sejamos como crianças, aceitando ser enganados "pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro". Precisamos continuar cuidadosos. Não podemos negociar o que não é negociável! A verdade não é nossa. Ela é de Deus. Não temos o direito de negociá-la.

D. Igrejas que refletem o projeto de Deus são amorosas (v. 15a).
As pessoas já sofrem muito lá fora. Cuidemos para que se sintam amadas aqui dentro.

E. Igrejas que refletem o projeto de Deus envolvem todos os seus membros (v 16)
Aqui o círculo se completa. Igrejas que refletem o projeto de Deus não apenas envolvem uma variedade de dons, mas também envolvem todas as pessoas. Cada parte do corpo faz seu trabalho. Ninguém é expectador. Ninguém fica esquentando o banco.

Oremos para que a sua igreja seja contada entre as igrejas que refletem o projeto de Deus.

Bispo João Carlos
Sexta Região Eclesiástica da Igreja Metodista

10 de ago. de 2009

O verdadeiro papel da igreja

Não é porque eu sou da Metodista que eu coloquei este vídeo, mas aqui mostra o verdadeiro papel da igreja, aquela que representa, nesta terra, nosso Mestre Jesus Cristo. A Bíblia é muito clara em como, nós como igreja, devemos agir, e não o fazemos. O jornal nacional mostrou uma série de reportagens sobre a diferença que algumas igrejas evangélicas, aqui no brasil, tem feito para as pessoas. A Bíblia nos diz em I Jo 3:17-18 diz: Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.
A realidade da igreja tem que ser essa. Nessa série de reportagens, e não me importa qual foi a intenção da rede globo em exibí-las, mostrou várias denominações, mas, em especial, eu destaco o que a Igreja Metodista de São Paulo tem feito, e digo: este é um exemplo a ser seguido. Muitas vezes meus textos e minhas postagens são críticas às formas que as igrejas têm agido, mas agora eu tiro o chapéu para essas igrejas que têm feito a diferença. No youtube vc encontrará todas as reportagens.
Deus abençoe a todos.
Lc 10:27 - Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Paz seja com todos.
João Marçal - Teólogo



3 de ago. de 2009

É proibido pensar - João Alexandre

A letra desta música é um tapa na cara de todos nós ditos cristãos. Muitas vezes somos levados pelos ventos, que não são do Espírito, a tantas doutrinas que surgem que não sabemos o que fazer.
O mundo evangélico, a era midiática, uma cristandade muito pobre e sem gosto, tem envolvido multidões a estadaram dando crédito a tudo que lhes é dito. (Mateus 22:27 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.)
Sei que João Alexandre foi criticado, e muito criticado, por causa da música que fez, mas eu concordo com tudo que ele diz, e acho que ainda disse pouco...

Este vídeo foi produzido pala minha amada esposa Juliana Keli B. Marçal.
Abraço a todos
João Marçal

1 de ago. de 2009

MAGNÁLIA DEI

MAGNÁLIA DEI

Fascinante transformação!

As maravilhas de Deus. É o que significa Magnalia Dei. É o fascinium tremendum da gloriosa presença restaurada de Deus. É o numinoso fascinante, divino indescritível refletido na face de Jesus Cristo, o Messias prometido de Israel.

Conhecer este Deus é caminhar triunfante pelos vales da historia humana, saltitando de esperança, apesar das lutas e conflitos . A história da humanidade é um cavalgar em túmulos, mas a história de Deus entre os homens é um chamado para à libertação e à vida.

No Salmo 139, lemos sobre o ilimitado poder de Deus, a dimensão infinita e absoluta de Sua Glória. Davi afirma que os pensamentos de Deus excedem a areia do mar. Contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim. Como diz a velha canção do sublime amor: “Maior que o mar, maior que o céu. Jamais alguém compreenderá”.

Encontramos neste Salmo quatro sessões. Compreendê-las enche nosso coração de luz, exorciza a mediocridade da auto-imagem negativa e oportuniza o andar em novidade de vida.

Estas sessões podem ser resumidas assim: 1. MARAVILHOSA PRESENÇA; 2. MARAVILHOSA LUZ; 3. MARAVILHOSO PROPÓSITO; 4. MARAVILHOSA TRANSFORMAÇÃO.

A gloriosa e maravilhosa presença da face de Deus revela-se a nós de maneira surpreendente em Jesus Cristo. Luz, propósito e transformação.
Na sua Luz veremos a luz. Na sua presença há plenitude de alegria. Nele a vida tem sentido, sabor e saber de eterno propósito. Antes da fundação do mundo Ele já nos tinha em seu coração. Tudo isso, como uma bússola aponta numa única direção. É Ele, somente Ele, a fonte de toda transformação efetiva e necessária.

O Salmista compreende essa MARAVILHOSA PRESENÇA, ao perguntar, “para onde eu fugirei de tua face?”. Responde com fascínio e admiração, “tu lá estás”. O lá pode ser longe para mim, mas sempre perto para o Deus que cria espaço. “Cercas-me por trás e por diante, e sobre mim pões a Tua mão”. Tu és o meu lugar espaçoso.

O Salmista celebra com triunfante dança, a MARAVILHOSA LUZ, da numinosa presença. “As trevas e a luz Te são a mesma coisa”. Parece que eu sou cheio de diferenças, de julgamentos, de relativismos. Deus, no entanto, rompe minha mediocridade, cala meus orgulhosos preconceitos, me acha onde estou e como estou, e, apesar de mim e de minhas fraquezas Ele me faz inteiro outra vez.

É nele que o MARAVILHOSO PROPÓSITO manifesta-se como assombro. O Senhor me conheceu quando eu era sem forma. “De maneira assombrosamente maravilhosa me formastes, e minha alma o sabe muito bem”. Minha vida tem sentido, “no seu livro estão escritos todos os meus dias, sem que nenhum deles venha a faltar”.

MARAVILHOSA TRANSFORMAÇÃO, não podia ser diferente. Por isso, “sonda, me… vê se há em mim um caminho mal, e guia-me por um caminho eterno”.

Magnalia Dei. As maravilhas de Deus em Jesus Cristo e no poder do Espírito Santo.

Texto extraído do blog:
http://silasbarbosadias.blogspot.com

Enfim, temos uma igreja "brasileira"

Recebi um e-mail celebrando uma "conquista" do mundinho gospel. Segundo a notícia, um cantor de renome vai se apresentar na festa do peão de Barretos (e como adora o picadeiro gospel, "a maior festa do peão do Brasil"). Imediatamente li os comentários sobre a notícia e, para minha angustiante certeza, a grande maioria dizia: "que bênção, temos um artista gospel na mídia secular", ou "gospel também é cultura (sic)", ou pior ainda "vamos exaltar o senhor Jesus na maior festa de peão do Brasil". E por aí vai... só não sei pra onde...

Após a leitura dessa nova "conquista" dos "levitas", compreendi uma coisa: enfim, temos uma igreja "brasileira". Aprendemos a assimilar o pior do Brasil. Aprendemos a "tomar posse" daquilo que deprecia o país. Aprendemos a piorar o que já era ruim.

Temos uma igreja dos espertos. Nos bastidores dessa igreja "brasileira" a pilantragem eclesiástica rola solta. O mandamento da atualidade é: "levarás vantagem em tudo". Se você for um empresário, cuidado, vão encomendar profetadas, declarar um crescimento tão avassalador para sua empresa que você vai acabar tendo sérios problemas com a Receita Federal. E a lógica dessas declarações todas é: financie nosso programa na TV.

Temos uma igreja sem Cristo. Na cultura brasileira, Cristo sempre foi visto com reservas. Um Cristo sem respeito, você encontra sua imagem pelas borracharias do páis espremida entre fotos de mulheres nuas. Um Cristo frágil, sempre apresentado amarelo, pálido, morto. Um Cristo sem poder, por isso é que sempre vem acompanhado de anjos, sozinho, é chato. Um Cristo culpado, tanto que o ditado popular chama de tolo aquele que "é pego pra Cristo". A igreja "brasileira" vive um cristianismo sem Cristo. Talvez seja por isso que ela ame tanto o Antigo Testamento. Levita sim, viúva pobre jamais!

Temos uma igreja da guerra. Talvez venha daqui essa mania bélica do mundinho gospel. É tanto poder que precisamos fabricar inimigos. O discurso é sempre o mesmo: "seu inimigo vai ser derrotado", e esse revanchismo teológico acaba por ser a essência de cada culto. O pior é que, o inimigo é todo aquele que ousar discordar! Se você duvidar, pronto, recebe na hora a "marca da
besta": inimigo!

Temos uma igreja apaixonada pelo poder. Ano de eleição vira um pesadelo. E quanto mais a igreja cresce (ou será inchaço?), mais os abutres do poder chegam até ela. Somos cada vez mais uma igreja de Herodes, ao invés de uma igreja de Cristo. Nossos templos faraônicos, nossos rostos nas colunas sociais, nossos desfiles de carros e dólares apenas constatam o quanto amamos o poder de ter, e não o poder de ser. É bom ser rico, óbvio! Mas não é o mandamento maior da nossa fé.

Temos, enfim, uma igreja "brasileira". Entre aspas, porque o brasileiro é muito melhor do que isso. Entre aspas porque esse brasil das sombras (com letra minúscula mesmo), ainda que apelidado de "luz", já se perdeu em sua própria dor. Para ser sincero, esse é um caminho sem volta.

Como escreveu Warren Wiersbe: "O homem falhará desgraçadamente em tudo aquilo que fizer sem Deus, ou pior ainda, terá sucesso".

Até mais...

Alan Brizotti

Texto na íntegra como se encontra no blog:
http://www.alanbrizotti.blogspot.com